Entrega do Velódromo Olímpico completa o Parque Olímpico da Barra

28 de Junho de 2016 às 06:27

Com dezenas de atletas na pista de competição, o Velódromo Olímpico foi entregue ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 na manhã deste domingo (26.06). A entrega foi a última a ser realizada no Parque Olímpico da Barra, que já tem todas as instalações aptas a receberem competições. O palco das provas de ciclismo e paracilismo de pista recebeu R$ 143,5 milhões de investimentos, sendo R$ 118,8 milhões do Ministério do Esporte (R$ 112,9 milhões para construção e R$ 5,9 milhões para manutenção) e foi executado pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
 
A pista de 250 metros é feita de pinho siberiano e foi desenhada pelo especialista alemão Ralph Schürmann. As placas e tesouras de madeira que dão suporte ao piso foram importadas da Alemanha. Foram utilizados cerca de 55 quilômetros de madeira e 94 treliças, além de 1,2 tonelada de pregos. O tipo de pinho utilizado é menos suscetível à umidade e ao calor, o que torna a pista mais durável. A instalação terá flexibilidade para outras configurações de arena e permitirá que o Rio de Janeiro possa sediar competições internacionais após os Jogos.
 
Ciclistas de sete países - Brasil, Suíça, Austrália, Rússia, Japão, China e Hong Kong - fizeram o teste esportivo da pista neste sábado e domingo. De acordo com eles, o atraso na entrega e a ausência de um evento-teste mais amplo não influenciaram na qualidade do local da competição.
 
"A pista já está ótima e estará em excelentes condições. Agora não temos nada a dever para nenhum outro lugar de competição do mundo. Foi uma honra testar a pista aqui como representante do Brasil", afirmou Armando Camargo Filho, suplente de Gideoni Monteiro, o único brasileiro classificado para as disputas no Velódromo durante os Jogos Olímpicos. Essa será a primeira participação brasileira em provas olímpicas de pista dos últimos 24 anos. Gideoni está em fase final de preparação para as Olimpíadas e permaneceu treinando na Suíça.
 
"Estive em vários velódromos do mundo e não tenho dúvidas de que este é um dos melhores. Por estar ao nível do mar, os recordes podem não ser batidos, pois a velocidade é mais alta em locais com mais altitude. Mas é uma questão que todos os atletas sabem e não esperam algo diferente", acrescentou Armando. "Ouvi os treinadores falando 'very good' [muito bom] depois de analisarem com bastante atenção toda a pista". Assista a um vídeo onde Armando fala sobre a pista e sobre o apoio do governo federal ao ciclismo.
 
O australiano Alexander Porter, campeão mundial em 2016 na prova de perseguição por equipes e atual número 33 do ranking mundial da prova Omnium, elogiou a pista, mas ressaltou que ainda há um pouco de poeira que provém das instalações das arquibancadas temporárias e posições de imprensa que ainda estão em andamento. "Temos certeza que este pequeno detalhe estará 100% ajustado para os Jogos. De resto, o equipamento é muito bom para os competidores", afirmou o atleta. "Esta será minha primeira Olimpíada. Estou muito empolgado para participar. Serão muitas emoções, muitas surpresas. Foi importante estar aqui neste teste, pois poucos puderam participar. Acredito que isso será uma vantagem", finalizou Porter.
 
"O Velódromo é ótimo e a pista está muito bem construída. Acho que ela será muito rápida para os Jogos. Espero ter um bom desempenho aqui em agosto", disse o suíço Gaël Suter, já classificado para as Olimpíadas.
 
Cerimônia de entrega
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, entregou simbolicamente a chave da instalação para o presidente do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. Também participaram da cerimônia desta manhã o ministro do Esporte, Leonardo Picciani; o presidente da Autoridade Pública Olímpica, Marcelo Pedroso; o diretor-executivo de Esportes do Comitê Olímpico Internacional, Christophe Dubi, e representantes do Comitê Olímpico do Brasil, Confederação Brasileira de Ciclismo e União Ciclística Internacional.
 
O ministro do Esporte reiterou que o Velódromo será uma referência para o ciclismo brasileiro. "É um equipamento fantástico. Eu tive a oportunidade de assistir as competições aqui deste teste esportivo. Foi aprovado por todos os atletas. Portanto, o campo de competições para as olimpíadas está extraordinário e vai permitir um alto nível de competições. Eu creio que o Rio de Janeiro terá a partir do fim das Olimpíadas, como legado, um grande equipamento para desenvolver o ciclismo no estado e no Brasil. Fazemos daqui um ponto de referência para o ciclismo de pista em todo o Brasil", disse Picianni.
 
"Quando a gente entrega a última chave, a mensagem que eu quero deixar é de que nós estamos fazendo, sob o ponto de vista de equipamentos olímpicos, a olimpíada mais barata da história. Boa parte desse Parque Olímpico é uma PPP [Parceria Público-Privada]. A Vila dos Atletas, o campo de golfe... Boa parte das estruturas construídas para os jogos é privada", afirmou Paes.
 
Parque Olímpico
O Parque ocupa uma área de 1,18 milhão de metros quadrados, onde ocorrerão disputas de 16 modalidades olímpicas (basquete, ciclismo de pista, ginástica artística, ginástica de trampolim, ginástica rítmica, handebol, judô, luta greco-romana, luta livre, nado sincronizado, natação, polo aquático, saltos ornamentais, taekwondo, esgrima e tênis). O complexo também receberá nove modalidades paralímpicas (basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, futebol de 5, goalball, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas e tênis em cadeira de rodas).
 
As instalações permanentes na Barra - Velódromo, Centro Olímpico de Tênis e as Arenas Cariocas 1,2 e 3 - integrarão, junto com o Parque Olímpico de Deodoro, o futuro Centro Olímpico de Treinamento (COT), que ocupará o topo da Rede Nacional de Treinamento, que está sendo estruturada pelo Ministério do Esporte em todo o país.
 
As outras instalações esportivas da Barra serão temporárias: a Arena do Futuro, do handebol, terá sua estrutura desmontada para a construção de quatro escolas públicas após os Jogos, e o Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos será desmembrado, com as piscinas reaproveitadas em outros locais no Rio de Janeiro.
 
Ciclismo brasileiro
Desde 2010, o Ministério celebrou três convênios com a Confederação Brasileira de Ciclismo (CB), que resultaram em investimentos da ordem de R$ 2,7 milhões na modalidade. Somente para ciclismo pista o investimento foi R$ 1,3 milhão. Os recursos possibilitaram a participação da equipe brasileira em eventos esportivos nacionais e internacionais, visando a preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
 
Também por meio do Bolsa Atleta, maior programa de patrocínio individual do mundo, a pasta apoiou, somente em 2015, 171 atletas olímpicos e paralímpicos da modalidade de ciclismo, num aporte de R$ 2 milhões.
 
Nove atletas do ciclismo (estrada, pista, BMX e paraciclismo) também são apoiados pela Bolsa Pódio, a mais alta categoria do programa e destinada a atletas com chances de disputar medalhas nos Jogos Rio 2016. O atleta Gideoni Monteiro, da modalidade pista e já confirmado nos Jogos Rio 2016, está entre os patrocinados pela iniciativa que concede bolsas que variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil.
 
Abelardo Mendes Jr - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte

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